Pandemia: Quando teremos uma vacina eficaz contra a Covid-19?

Dr. Gustavo Cabral responde à perguntas acerca das pesquisas em vacinas contra a Covid-19.


Desde o início da pandemia da Covid-19, a busca por uma vacina contra a doença é prioridade em diversos laboratórios em todo o mundo. Já foram anunciadas pelo menos seis projetos em fase final de testes em seres humanos, inclusive duas que estão sendo aplicados no Brasil: a da farmacêutica chinesa Sinovac e a parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca.

A pergunta que tem sido feita constantemente é quando estas vacinas estarão disponíveis para a população geral. Segundo Gustavo Cabral, imunologista formado em Oxford, Reino Unido, e Berna, na Suíça, é difícil prever.

Em entrevista à repórter Karla Chaves, ele destacou a necessidade de os voluntários para testes em seres humanos serem acompanhados por algum tempo, para que seja possível observar se há efeitos colaterais ou são necessárias mais doses para uma imunização eficiente contra o vírus. Esse tempo seria de pelo menos um ano.

“Não existe, nem nunca existiu uma vacina antes produzida tão rapidamente. Então a gente podemos pressupor que uma vacina, feita em um ano, vai gerar uma proteção a tão longo prazo”, explicou Cabral. O pesquisador ainda diz que “é um erro enorme garantir que daqui a seis meses, um ano, três meses existirá uma vacina para imunização das pessoas”.

Ele relembrou ainda que o diretor da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que pode não haver uma ‘bala de prata’ contra a Covid-19. “Ele foi muito criticado ao falar que pode ser que tenhamos uma vacina daqui a seis meses, um ano, ou pode ser que não tenhamos. Ele está certo.”

Vacina pode não ser a solução

Gustavo Cabral destacou também que, apesar de existirem muitos projetos em curso para uma potencial vacina contra o novo coronavírus, pode ser que nenhum seja efetivo. 

“Sempre vai haver essa possibilidade. Por exemplo, o HIV. Nós temos uma vacina? Não temos. Nós temos vacina para o zika vírus que nós tivemos problemas em 2014, 2015 e temos até hoje? Não temos”, disse o cientista. Apesar disso, Cabral tem uma visão positiva para o futuro: “Com um olhar científico, eu vou dizer que nós vamos ter essa vacina, mas nós não podemos garantir 100%”.

Fonte: Agora RN

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