Ibope: 83% dos entrevistados diz que é correto usar máscaras para prevenir Covid

Pesquisa ouviu 2.626 indivíduos maiores de 18 anos e restringiu-se
 ao universodas classes A, B e C. Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil

 

Uma parcela de 83% dos brasileiros diz concordar que as pessoas têm o dever de respeitar os protocolos de segurança para a contenção da Covid-19, como o uso de máscaras faciais em locais públicos. A conclusão é de uma pesquisa de opinião do Ibope encomendada pelo GLOBO. Desse total, 72% disseram que concordam “totalmente” com a afirmação acima, e 11%, “parcialmente”.

A opinião variou entre subgrupos da pesquisa, por exemplo, com mais indivíduos situados à esquerda do espectro ideológico declarando apoio à exigência de medidas de proteção contra o coronavírus (91%) do que aqueles que se descreviam como de direita (78%).

Os números declarados da aceitação à prevenção, porém, contrastam com o cenário visto neste final de semana prolongado no Rio de Janeiro e em outras cidades, onde bares e praias tiveram grandes aglomerações, e a parcela da população que não usa máscara ainda é bastante perceptível.

Outros subgrupos levados em conta pelo Ibope também se mostraram mais propensos a cobrar adesão a procedimentos básicos de prevenção sanitária. Enquanto 75% das mulheres eram totalmente favoráveis à exigência de máscaras e outras medidas, entre os homens caía para 68%.

No recorte geográfico, enquanto algumas regiões davam maior apoio integral às medidas (80% no Sul e 75% no Sudeste), outras tiveram números um pouco menores (66% no Nordeste e 62% no Norte e Centro-Oeste).

A divergência de opinião por faixa de renda dos entrevistados, porém, foi menor, e em nenhum recorte da pesquisa uma subpopulação se mostrou majoritariamente desfavorável à obediência aos protocolos de segurança para conter a disseminação da Covid-19.

A pesquisa ouviu 2.626 indivíduos maiores de 18 anos e restringiu-se ao universo das classes A, B e C. As respostas foram colhidas pelo painel de internautas do Ibope Inteligência, entre 21 e 31 de agosto, em todas as regiões do país. A amostragem representa um universo de cerca de 70% da população brasileira, segundo relatório do Ibope.

O levantamento que questionou brasileiros sobre a necessidade de máscara e outras medidas de proteção é o mesmo que colheu outras opiniões sobre a resposta à pandemia.

Na pesquisa, 71% dos entrevistados disseram que a Covid-19 teve um impacto pior do que se esperava no Brasil, e o maior peso da culpa foi atribuído a dois diferente agentes: a própria população (38%) e o presidente Jair Bolsonaro (33%).

O Ibope também revelou que a maioria dos entrevistados crê que a epidemia vá influenciar os resultados de eleições municipais (59%) em novembro e que os cientistas passarão a ser mais valorizados pela população em geral (58%).

Uma outra questão incluída na pesquisa constatou que 72% dos brasileiros são favoráveis ao retorno de estudantes às aulas presenciais só após o advento de uma vacina eficaz contra o coronavírus.

Cisão ideológica

Segundo Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, o posicionamento ideológico influenciou respostas em todas as questões da pesquisa, mas, naquela que sondou a aceitação às medidas de proteção sanitária, a divergência foi menor, ainda que o apoio esteja pendendo um pouco mais para a esquerda.

— As pessoas da direita também majoritariamente concordam que é dever respeitar os protocolos de segurança, como usar as máscaras em locais públicos, mas elas têm uma ênfase menor na concordância total — afirmou a estatística e cientista social.

Enquanto os entrevistados autodeclarados de esquerda davam 88% de apoio total e 3% de apoio parcial à afirmação, entre os de direita o apoio total era de 58% e o de parcial era de 20%.

Um dos fatores da pesquisa onde se viu também uma pequena disparidade na visão sobre o dever de usar máscaras e respeitar regras sanitárias foi no nível educacional. Entre os entrevistados que tinham ao menos o ensino superior completo, o apoio às medidas foi de 84%, enquanto entre aqueles que possuíam apenas o ensino fundamental o apoio caía para 74%.

Fonte: Agora RN

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